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Deixe seus filhos crescerem!


Existe um processo muito importante que acontece nos primeiros anos de vida da criança que se chama “individuação”, que é o processo psicológico de separação da criança em relação à mãe.

No começo, o bebê vive em uma “cápsula” em que vive com a mãe, e a mãe é uma extensão da criança. É como se só existisse realmente a mãe e a criança, numa relação de total dependência afetiva, física, de cuidados e alimentação... e então, pouco a pouco, a individuação começa a acontecer. O bebê vai se diferenciando da mãe, e se tornando um indivíduo, separado da mãe.

E é nesse processo de individuação que é importante que a mãe também comece a se diferenciar do filho... a se individuar... e a retomar sua vida.

Isso faz parte dos ciclos da vida, dos ciclos vitais... e é extremamente importante para uma vida equilibrada.

A mãe e o filho se fundem numa simbiose tão absoluta, que infelizmente, a mulher não existe mais, e passa a viver para os filhos e somente para os filhos.

A vida sexual cái ou passa a nem existir... e é muito normal os casamentos irem por água abaixo nessa fase, porque os filhos passam a ser o centro de tudo, a todo o momento, como uma idolatria e começa a ocupar um lugar que onde não deveriam estar.

Mas, na tentativa de proteger os filhos, as mães acabam sufocando e não permitindo que eles cresçam e se diferencie, que tornem indivíduos independentes.

E quem mais sai prejudicado nesta história? Os filhos.

Nos meus atendimentos eu sempre pergunto: "Você tem algum lazer? Não, porque meu filho não me deixa... Faz atividade física? Não, porque minha filha não deixa... Tem tempo a sós com o marido? Não, porque a filha não deixa"...

E assim a criança, sem perceber, vai absorvendo todo o sentimento de culpa presente na vida dos pais... e isso vai ficando registrado na criança... “parei de estudar, de divertir, parei de viver pra cuidar de você”.

E o filho cresce com um imenso sentimento de culpa e dívida eterna que nunca pode ser paga.

A mãe abandona sua vida pra viver a vida dos filhos, e não importa o quanto os filhos já tenham crescido, em algumas famílias, infelizmente, a superproteção torna as criança e adolescente incapaz. Incapaz de tomar decisões, de se virar sozinho, de lidar com frustrações – porque tudo é controlado o tempo todo...

As mães projetam suas carências nos filhos, para preencherem seus vazios e realizarem suas vidas nos filhos, mas isso é irreal. Isso só cria um relacionamento de dependência emocional doentio e sufocante. E as mães tem a tendência de querer ser necessária o tempo todo, quando na verdade, precisam criar filhos sadios, independentes, capazes de se virar...

Então, eu quero deixar um alerta pras mães... que observem desde muito cedo, desde o momento de levar a criança para a escolinha pela primeira vez... tem mãe que não consegue, mas esse é o processo natural da vida.

Quer que seu filho seja bem-sucedido?

Seja por inteiro para os filhos, mas aos poucos vá retomando sua vida, vá dando autonomia para seus filhos.

Deixe seus filhos crescerem, aprenderem com os erros... esteja por perto, mas dê espaço... ajude, mas não faça por eles... como diz o ditado, não dê o peixe, ensine os filhos a pescar. Assim eles serão pessoas bem resolvidas, fortes, independentes.

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